
A porção que vai do Rio Grande do Norte até a Bahia é dividida em três áreas distintas, de leste para oeste, pelas suas características humanas, econômicas e do quadro natural. A primeira delas é a Zona da Mata, antigo domínio da Mata Atlântica, onde se estabeleceram desde o início da colonização portuguesa o latifúndio açucareiro e, posteriormente, no sul da Bahia, o cultivo do cacau, em virtude de suas condições favoráveis, como solo férteis, pluviosidade abundante e temperaturas elevadas. A segunda é o Agreste, área de transição entre a mata úmida e o sertão semi-árido, onde é praticada a policultura, a pecuária leiteira e sobretudo a lavoura algodoeira, em pequenas unidades produtivas. E por fim vem o Sertão, domínio do semi-árido, com grande irregularidade de precipitações, origem das secas periódicas, com solos arenosos e pouco profundos. Uma criação de gado aí se desenvolveu desde o período colonial em enormes latifúndios. A porção oriental da região Nordeste, formada por parte do Piauí e pelo Maranhão, constitui uma zona de transição entre o sertão e a região amazônica, com pecuária extensiva na sua parte oriental e uma lavoura de arroz praticada em moldes tradicionais. | Região Nordeste - montagem de Angelo Zucconi |
A atividade agrícola é marcada por grandes contrastes: ao lado das grandes usinas de açúcar de Alagoas, com uma cultura canavieira moderna e alta produtividade, há outras com técnicas tradicionais e baixa rentabilidade. Na área sertaneja do rio São Francisco há exemplos de uma agricultura altamente rentável, com métodos avançados de irrigação, em áreas com afluxo importante vindos dos Estados do sul do País. Temos a figura do Aguadeiro, que surge para suprir a necessidade de água em certos períodos do ano, os barqueiros de São Francisco, os Caiçaras do Rio Grande do Norte, os Cambiterios, Os Jangadeiros, as Baianas, enfim, uma infinidade de personagens dentro da grande diversidade do Nordeste brasileiro. | |
Fonte : Do texto de Regina Sader, professora do
Departamento de Geografia da USP: Brasil - O Livro dos 500 anos / Vários Autores - São Paulo: Editora Abril, 1996. |
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